Your browser doesn't support javascript.
loading
Show: 20 | 50 | 100
Results 1 - 4 de 4
Filter
1.
Trab. educ. saúde ; 19: e00315147, jan. 2021.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1156983

ABSTRACT

Resumo As expressões do negacionismo da pandemia da Covid-19 recorrentes no Brasil estão relacionadas ao crescimento da extrema-direita e produzem o aumento da necropolítica. Percebemos uma 'crise de interpretação' que aponta a 'ignorância' como causa única da popularização do negacionismo. Buscaremos problematizar tal fenômeno, indo além dessa interpretação comum. Ancorado em uma ausência de mundo compartilhado, o negacionismo cresce com o 'déficit de prática comum'. É preciso, entretanto, diferenciar as posições envolvidas: há aqueles que negam visando ao lucro, baseado em um desejo de morte e extermínio, e os que entram em negação por conta de uma realidade tão dura de que são vítimas. Diante disso, as ações educativas que têm por referência a educação popular em saúde são estratégias importantes para se enfrentar tal fenômeno, mobilizando as noções freirianas de diálogo e conflito. Essas ações permitem não 'desconstruir' os cuidados em saúde, mas 'acrescentam realidade' a eles, trazendo a importância de se considerarem as condições de vida das classes populares. Por fim, compreendendo o vínculo indissociável entre educação popular e movimentos sociais, apresentamos como movimentos de favela têm enfrentado o negacionismo em defesa da vida.


Abstract The recurring expressions of Covid-19 negationism in Brazil are connected to the growth of the extreme right and produces a significant expansion of necropolitics. We realized a "crisis of interpretation" according to which "ignorance" is responsible for the spread of negationism. We sought to go beyond this interpretation, as we problematize the phenomenon in its complexity. Anchored in an absence of a shared world, negationism grows out of the "deficit in common practices". However, it is necessary to differentiate the positions involved: there are those who deny seeking profit, from a desire for death and extermination, and those who enter into denial because of such a harsh reality of which they are victims. In view of this, education actions that have popular health education as a reference are important strategies to face this phenomenon, mobilizing the freirian notions of dialogue and conflict. These actions allow not to "deconstruct" health care, but "add reality" to them, bringing the importance of considering the living conditions of the popular classes. Finally, understanding the inseparable link between popular education and social movements, we present how favela movements have faced negationism in defense of life.


Resumen Las expresiones del negacionismo de la pandemia de la Covid-19 en Brasil están relacionadas con el crecimiento de la extrema derecha y producen el aumento de la necropolítica. Percibimos una "crisis de interpretación" que apunta a la "ignorancia" como la única causa de la popularización del negacionismo. Trataremos de problematizar este fenómeno, más allá de esta interpretación común. Anclado en ausencia de un mundo compartido, el negacionismo crece con el "déficit de práctica común". Sin embargo, es necesario diferenciar las posiciones en cuestión: hay quienes niegan con el objetivo de obtener lucro, basados en un deseo de muerte y exterminio, y los que entran en negación debido a una realidad tan dura de que son víctimas. Por lo tanto, las acciones educativas que tienen como referência a la educación popular en salud son estrategias importantes para hacer frente a este fenómeno, movilizando los conceptos freirianos de diálogo y de conflicto. Estas acciones permiten no "deconstruir" los cuidados en salud, sino "añadirles realidad", aportando la importancia de considerar las condiciones de vida de las clases populares. Por último, entendiendo el vínculo inseparable entre educación popular y movimientos sociales, presentamos cómo los movimientos de las favelas han enfrentado el negacionismo en defensa de la vida.


Subject(s)
Humans , Poverty Areas , Coronavirus Infections , Severe acute respiratory syndrome-related coronavirus , Population Education , Pandemics
2.
RECIIS (Online) ; 13(4): 725-735, out.-dez. 2019.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1047528

ABSTRACT

O Exército Zapatista de Liberação Nacional (EZLN) e suas bases de apoio são formados predominantemente por indígenas que vivem na região de Chiapas, no México. O movimento constrói uma profunda experiência de autonomia, o que passa por diferentes dimensões da vida coletiva. Neste artigo, pretendemos, a partir de um trabalho de campo realizado na região, nos focar na saúde autônoma. A concepção de saúde está estritamente relacionada com a noção de terra, já que para ter saúde é preciso pertencer a um cosmos, permeado pelo respeito recíproco entre os mais diferentes seres, em uma luta constante para engrandecer o ch'ulel (espírito) e, com isso, caminhar rumo ao lekil kuxlejal (Bem Viver). Para colocar em prática esses princípios, o cuidado em saúde é protagonizado pelos promotores autônomos de saúde e pelas assembleias comunitárias.


The Zapatista Army of National Liberation (EZLN, in Spanish) and its bases are formed predominantly by indigenous languages living in the region of Chiapas, Mexico. The movement builds a profound experience of autonomy, which goes through different dimensions of collective life. In this article, we intend, from a fieldwork carried out in the region, to focus on autonomous health. The conception of health is closely related to the notion of land, since in order to have health it is necessary to belong to a cosmos, permeated by mutual respect between the most different beings, in a constant struggle to ennoble the ch'ulel (spirit) and thus to walk to the lekil kuxlejal (Good Living). To put these principles into practice, healthcare is carried out by autonomous health promoters and communal assemblies.


El Ejército Zapatista de Liberación Nacional (EZLN) y sus bases de apoyo son formados predominantemente por indígenas que viven en la región de Chiapas, México. El movimiento construye una experiencia profunda de autonomía, que atraviesa diferentes dimensiones de la vida colectiva. En este artículo, nos proponemos, a partir de un trabajo de campo realizado en la región, enfocar la salud autónoma. La concepción de salud guarda una estrecha relación con la noción de tierra, ya que para tener salud es necesario pertenecer a un cosmos, impregnado por el respeto mutuo entre los seres más diferentes, en una lucha constante para engrandecer el ch'ulel (espíritu) y, de este modo, caminar hasta el lekil kuxlejal (Buen Vivir, también llamado Vivir Bien). Para poner en práctica estos principios, la asistencia en salud se lleva a cabo por los promotores autónomos de salud y por las asambleas comunitarias.


Subject(s)
Humans , Colonialism , Capitalism , Indigenous Peoples , Anthropology, Medical , Anthropology, Cultural , Communitarian Organization , Racism , Human Rights , Indigenous Culture , Health Promotion , Mexico
3.
Rev. APS ; 18(4): 523-527, out. 2015.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-412

ABSTRACT

O presente relato de experiência aborda as práticas dos promotores de salud autónomos zapatistas em uma comunidade indígena tojolabal localizada no estado de Chiapas, no México. O relato foi desenvolvido, a partir de trabalho de campo na região, onde foi possível acompanhar o início da formação dos promotores, como também entrevistar alguns deles. Essa experiência nos possibilita refletir sobre a organização comunitária na sua relação com os princí- pios da Educação Popular em Saúde, em uma situação específica em que os promotores de saúde não estão vinculados nem às políticas públicas, nem ao setor privado, mas à própria organização do movimento popular.


This experience report discusses the practices of the promotores de salud autónomos zapatistas in a tojolabal indigenous community in the state of Chiapas, Mexico. The report was developed from field work in the region, where it was possible to follow the formation of the promotores, as well as interview some of them. This experience enables us to reflect on the community organization in its relationship with the principles of Popular Education in Health, in a specific situation where promoters of health are bound neither to public policies nor to the private sector, but to the organization itself of the popular movement.


Subject(s)
Health Education , Community Participation , Social Planning , Communitarian Organization , Personal Autonomy , Health Promotion
4.
Rev. APS ; 18(4): 438-446, out. 2015.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-389

ABSTRACT

A Educação Popular em Saúde (EPS) é fruto da aproximação dos trabalhadores da saúde e da educação na luta pela democratização em nosso país. No presente texto, a entendemos como perspectiva teórica e prática orientada para o trabalho social emancipatório e prática educativa, direcionados à promoção da autonomia das pessoas e à superação das desigualdades sociais. Imbuída da crítica ao autoritarismo da ciência e voltada para a escuta e valorização do saber popular, compreendemos que a EPS é importante instrumento teórico-prático para a constru- ção de um Sistema Único de Saúde (SUS) democrático. O presente artigo tem por objetivo apresentar a sistematização do processo de construção da EPS como eixo transversal do curso técnico de Agente Comunitário de Saúde (CTACS), a partir da preceptoria, experiência datada dos anos de 2013 e 2014. Foram utilizados como fonte, a experiência dos preceptores, docentes e coordenador de curso, registros nos diários de classe, documentos de planejamento das unidades curriculares, atas das reuni- ões de planejamento e dos conselhos de classe, termos de referência e parte da produção dos próprios alunos. Buscou-se identificar duas dimensões: o processo educativo dos alunos, considerando não só a apropriação dos saberes técnicos, mas fundamentalmente, a integralidade de sua formação; e os efeitos pedagógicos percebidos no desenrolar do CTACS. O preceptor teve como atribuições a integração e articulação dos conteúdos apresentados aos ACS, durante os módulos teóricos do curso, a partir das "práticas profissionais", que eram encontros coordenados pelos preceptores e relacionados a temas dos diferentes eixos do curso ou apresentados pelos ACS como necessidades de aprendizagem. As "práticas profissionais" foram elaboradas em conjunto com a coordenação e docentes do CTACS e possibilitaram intervenções e debates em relação a temas caros, como gênero e sexualidade, movimentos sociais, mídia, violência, cotidiano de trabalho, dentre outros. Outra linha de atuação da preceptoria foi a construção de diagnósticos comunitários e a orientação dos Trabalhos de Conclusão do Curso. A convivência cotidiana e a confiança estabelecida entre preceptores e educandos do curso permitiram desenvolver uma série de discussões políticas que contribuíram para a politização dos Agentes em relação às questões do seu próprio trabalho enquanto ACS, como também em relação às questões do contexto sociopolítico mais geral, compreendendo a saúde como parte desse contexto. Nesse processo, vimos também como foi fundamental a discussão sobre o papel do ACS, incentivando sua atuação como educador popular, o que se deu não apenas por meio de discursos sobre educação popular, mas através de prática educativa do curso potencializada pelos preceptores. Acreditamos que isso resultou em um aumento da autoestima dos Agentes, permeado pela valorização de seu trabalho, o que passou pela compreensão da importância destes para um SUS e uma sociedade mais democráticos.


Popular Health Education (EPS) is the result of closer ties between health and education workers in the struggle for democratization of our country. In this paper we understand it as a theoretical and practical perspective oriented toward emancipatory social work and educational practice, aimed at promoting empowerment of people and overcoming social inequalities. Imbued with a criticism of science's authoritarianism and focused on listening to and placing value on popular knowledge, we understand that EPS is an important theoretical-practical tool for building a democratic Unified Health System (SUS). The historical constitution of the work of the Community Health Agent (ACS) on a popular education basis, and its public institutionalization via the biomedical model, point to tensions and disputes as to the profile of these workers and their role for both the National Policy of Primary Care, as well as in relation to their place in relation to the families it serves, to the service, and to the State. This article aims to present the systemization of the Popular Health Education construction process as a transverse axis of the Community Health Agent Technical Course (CTACS), based on mentoring experience dating from the years 2013 and 2014. Beside the experience of tutors, teachers, and course coordinators, the following were used as sources for this paper: daily class records, course planning documents, minutes of planning meetings and teacher conferences, terms of reference and of the students' own production. The intent was to identify two dimensions: the process of educating students, considering not only the appropriation of technical knowledge, but fundamentally, the completeness of their training; and the educational effects noted during the CTACS course. The tutor's assignments were integration and coordination of the content presented to the ACS during the theoretical course modules, based on "professional practices", which were meetings coordinated by the tutors and related to themes of the different axes of the course or presented by the ACS as learning needs. The "professional practices" were prepared in conjunction with the coordinators and teachers of the CTACS, and enabled interventions and debates regarding relevant themes, like gender and sexuality, social movements, media, violence, daily work routine, among others. Another line of action of the tutors was to build community diagnosis and guidance for Term Papers/Projects. The daily contact and the trust established between tutors and students made it possible to develop a series of political discussions that contributed to the politicization of Community Health Agents on the issues of their own work as ACS, as well as on the issues of overall social-political context, including health as part of that context. In the process, it was also seen how fundamental was the discussion on the role of the ACS, encouraging actions as a popular educator, which worked not only through discourse on popular education, but through educational practice of the course empowered by the tutors. We believe that this resulted in an increase in self-esteem of the agents, permeated by the appreciation of their work, which took place through the understanding of its importance for the SUS and a more democratic society.


Subject(s)
Health Education , Community Health Workers , National Health Strategies , Professional Training
SELECTION OF CITATIONS
SEARCH DETAIL